Se o mundo acabar, quero antes poder dizer aos verdadeiros amigos que eles fizeram parte do que me tornei.
Quero aproveitar cada segundo que me restar para estar perto dos meus pais.
Olhar toda a minha trajetória e conseguir não ter muitos arrependimentos – se possível, nenhum.
Quero, ainda, ter a consciência de que não vivi em vão.
Não sei por que estou nesse mundo. Às vezes, viver parece coisa tão boba e sem sentido.
É estranho saber que neste momento tem alguém em algum outro lugar com crença, estilo, língua e valores bem diferentes dos meus. E que, provavelmente, eu não terei a oportunidade de conhecer essa pessoa. Ainda mais se o mundo acabar este ano!
Mas, se o mundo acabar, quero antes relembrar com os meus irmãos algumas de nossas experiências juntos: as lutinhas – que sempre me faziam sair chorando -, o passo de dança que a Keninha aprendeu e nos ensinou – melhor deixar isso pra lá -, a comemoração do pentacampeonato – o João Ricardo bateu o carro depois, mas...
E se realmente o mundo fizer questão de acabar, que o meu último dia seja ao lado das pessoas que eu amo. E que, nos últimos tic-tac do relógio, dê tempo para dizer ao Thiago que, sinceramente, eu diria o “sim” novamente.
Estranho...
Estranho esperar o último dia da vida para saber se ela valeu a pena, para dizer “eu te amo” a quem mereça ouvir, para tentar achar um sentido nisso tudo...
Mas...
Mas, como eu não acredito nas profecias antigas e nem no apocalipse, vou tentar fazer tudo o que eu quiser antes do meu mundo acabar. Porque essa é uma verdade: o nosso mundo acaba! Em 2012? Para alguns...
Mas, ele sempre acaba!