Fui uma criança tímida e dependente, precisava da
minha mãe para tudo – não mudei tanto assim! Continuei, na adolescência, sendo
muito “fechada”. Tinha dificuldade de compartilhar minha vida até com as minhas
melhores amigas. Isso não era nada legal!
Quando
não concordava com alguma coisa – qualquer coisa mesmo, como decisões em
trabalho escolares feitos em grupo, por exemplo -, me omitia. Não tinha muita
coragem pra quase nada. Eu era meio “fraca”, pelo menos me julgava assim.
Lembro-me
que na oitava série minha turma escolheu a professora novata de inglês para ser
nossa paraninfa. A professora de matemática nos deu um sermão “daqueles”. É que
a professora de português era a responsável pela sala e já estava conosco desde
a quinta série – além de ser amiga da de matemática! Para concluir essa
confusão, a de inglês agradeceu e inventou uma desculpa esfarrapada para não
aceitar o convite, e... a de português venceu a disputa! Ela também era muuuito
legal, mas eu fiquei irritadíssima com a interferência da professora de
matemática. Ela não tinha o direito de questionar nossa escolha, oras!!!
O
que eu fiz?
Não
fui à minha formatura! E eu faria o agradecimento a Deus – pois é!
Só
contei isso para mostrar que opinião formada eu tinha, mas coragem para expô-la
não!
Voltando
ao assunto principal...
Eu
não sabia falar, me expressar, argumentar... e, quando tentava, eu chorava...
chorava de raiva, de vergonha, de nervosismo... Então, eu desisti de aprender a
falar. Foi aí que eu conheci o papel e a caneta!
Minha
vida mudou!!!
Ainda
sou muito “travada” para conversar com determinadas pessoas, ou que eu não
tenha intimidade, ou com aquelas que me intimidam, ou com várias ao mesmo
tempo...
Mas,
como o ato de escrever se tornou para mim um modo de desabafar, extravasar
sentimentos e sensações, já tenho mais facilidade para, pelo menos, me
defender.
Quando
comecei a escrever, eu escrevia textos. Não sabia, e nem tinha a necessidade de
saber, que os textos que eu escrevia eram crônicas, contos, artigos de opinião
etc. De que me importavam essas classificações? Minhas intenções eram outras...
Foi
assim que eu comecei a gostar da escrita.
Porque escrever é
como ter um melhor amigo que não dá palpites aleatórios, não espalha seus
segredos e ainda faz você refletir sobre a sua vida.
É
deixar um pedaço seu para o mundo. Se tornar imortal!
E,
também, é poder apertar o “delete” quando algo não der certo, sem deixar
manchas do erro.
Ah!
Sem contar o “Ctrl+Z” que nos permite voltar atrás para começar de novo.
Eita,
amigos bons esses!!!